Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Tratamento da água

“Os brasileiros produzem em média diariamente 14,5 milhões de metros cúbicos de esgoto, dos quais somente 5,1 milhões recebem tratamento. A destinação inadequada desse material ajuda a explicar por que ainda estamos às voltas com males do século XIX, como febre amarela, hepatite, diarréia e mesmo a dengue. No Rio de Janeiro, mais de 50% do esgoto coletado não recebe tratamento” (IBGE,2000).
Um dos fatores que vem contribuir para essa grande disseminação de patologias vinculadas à água, é a sua contaminação através dos esgotos e do consumo sem o devido tratamento.
Diante da importância da água limpa para a preservação da vida no planeta e, ao mesmo tempo, da consciência cada vez maior de que estamos em risco, os problemas da água, suas causas e soluções têm sido foco de estudos cada vez mais freqüentes e rigorosos.
Surpreendentemente, aumentou o volume de água sem tratamento: em 1989, era de apenas 3,9% e em 2000 subiu para 7,2%. O crescimento da infra-estrutura não acompanhou o crescimento do abastecimento. O aumento do volume de água sem tratamento é um dos grandes causadores da disseminação de doenças veiculadas pela água.
Para garantir a qualidade da água acessível à população, ela é processada em estações de tratamento através de processos diversos e subseqüentes. Numa Estação de Tratamento (ETA), a água é coletada dos mananciais, transformando-se em um produto potável, pronto para ser consumido, sem riscos à saúde. No processo, são utilizados equipamentos especiais e reagentes químicos próprios para remoer impurezas. Basicamente, o tratamento consta das seguintes fases: decantação, filtração e cloração.
A decantação é a etapa inicial do processo em que a água é levada para tanques com esse fim, onde é misturada com alúmen e hidróxido de cálcio, para em seguida ficar em repouso por várias horas. Quando sai dos tanques de decantação, a água já está livre da sujeira mais grossa, mas o processo está apenas iniciado – ela ainda deverá passar por filtros de cascalho, areia e carvão, e, por isso, essa etapa tem o nome de filtração. Ao sair dos filtros, a água parece estar completamente limpa, mas ainda não é potável, pois contém muitos micróbios que podem causar doenças. A nova etapa é a cloração e tem esse nome devido ao uso do cloro, uma substância gasosa que, misturada à água, deverá matar os micróbios. Depois de ter sido clorada, pode a água finalmente ser usada sem perigo à saúde. Em algumas estações de tratamento, o cloro é adicionado antes que a água passe pelos filtros.
Além desses três processos, também se adiciona flúor com a finalidade de fortalecer os dentes e evitar a incidência de cáries. Sua utilização difundiu-se, apesar da oposição de algumas autoridades sanitárias que também se insurgiram em relação à mistura do flúor em algumas marcas de pastas de dentes.

Sem dúvida, o saneamento básico resulta em benefícios duradouros para a comunidade. É imprescindível que todos sejam capazes de reivindicar nos espaços adequados a importância do saneamento básico, que inclui a construção de rede de esgotos e de tratamento de água para prevenir a transmissão de quase todas as doenças oriundas da água e decorrentes de poluição fecal.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), através da Resolução N° 357/05, prevê um conjunto de condições e padrões de qualidade da água necessários para que ela possa atender a seu uso preponderante. Seja no momento atual ou no futuro, da mesma forma e com o mesmo grau de importância, estabelece um conjunto de condições para o lançamento de efluentes no corpo receptor e para o controle de qualidade da água, visando a melhoria e a conservação do corpo hídrico.
Existem vários padrões de qualidade recomendados e aplicados conforme o uso que será dado à àquela água em questão. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda para águas de uso recreacional o máximo de 1.000 coliformes fecais por 100ml ou 5 mil coliformes totais por 100ml de água. No Brasil, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelece que para as águas de recreação de contato primário (banho, nado, etc), os limites de coliforme fecais devem ser de 1.000 NMP/100ml que estas sejam consideradas próprias. Dentro deste limite, para que ela possa ser classificada como excelente, deve conter no máximo 250 coliformes fecais por 100ml ou 1.250 coliformes totais por 100ml de água, em uma média geométrica de mais de cinco amostras, realizadas em 30 dias. (Conama, 2000)
A expressão saneamento básico é reconhecida no Brasil, no estágio atual, como parte do saneamento do meio que trata de problemas de abastecimento de água, coleta e disposição dos esgotos sanitários, incluindo os resíduos líquidos industriais, controle da poluição provocada por esses esgotos, drenagem urbana (águas pluviais) e acondicionamento, coleta, transporte e destino dos resíduos sólidos.
A OMS define saneamento como o controle de fatores que atuam sobre o meio ambiente e que exercem ou podem exercer efeitos prejudiciais ao bem-estar físico, mental ou social do homem. Portanto, o objetivo final do saneamento é a promoção da saúde, um direito fundamental de todos os seres humanos.
Ter serviço de saneamento é um direito assegurado pela Constituição Federal. Porém, o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que cerca de um quarto das residências do país não conta com serviço de água potável e quase metade não tem serviço de esgoto. A ausência desse saneamento básico é a causa de 80% das doenças e de 65% das internações hospitalares no Brasil, cujos gastos anuais com doentes por estes fatores são da ordem de US$ 2,5 bilhões, de acordo com a OMS. Para finalizar, cabe tomar ciência de que cerca de 3 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças causadas pela água sem tratamento e de doenças pulmonares causadas pela poluição do ar, segundo a ONU.

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