Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 13 de setembro de 2011

FENÔMENO EL NIÑO

Caracterização do fenômeno ENOS
TABELA 01
Anos de El niño/La niña


Fonte NCEP/NOAA

O El Niño - Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno de interação atmosfera-oceano, associado a alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e a Austrália.
Além da temperatura do mar, o fenômeno ENOS pode ser medido pelo Índice de Oscilação Sul (IOS), que é a diferença média da pressão ao nível do mar entre os setores do centro-leste (Taiti/Oceania) e oeste (Darwin/Austrália) do Pacífico Tropical. Esse índice está relacionado ao aquecimento/resfriamento das águas na região.
As fases positivas e negativas do fenômeno ENOS são denominadas de El Niño e La Niña, respectivamente. Estes são fenômenos naturais que existem há vários anos e continuarão existindo como fenômenos cíclicos, entretanto sem um período regular.
Eventos de La Niña apresentam maior variabilidade e ocorrem com uma freqüência menor do que eventos de El Niño. De 1900 a 1997, ocorreram 28 episódios de El Niño e 18 de La Niña, permanecendo 53% dos anos sem ocorrência dos fenômenos. Em geral, o episódio começa a desenvolver-se em meados de um ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, e dissipa-se em meados do ano seguinte (TABELA 01).

Fenômeno EL NIÑO
O surgimento da fase positiva (El Niño) está associado ao enfraquecimento dos ventos alísios, e caracteriza-se pelo aquecimento das águas superficiais do Pacífico Tropical e pelo registro negativo do IOS (fig. 1 e 2).

Figura 1 - Enfraquecimento da velocidade dos ventos alíseos e aquecimento das águas no Pacífico Tropical.
Figura 2 - Medida do Índice de Oscilação Sul (IOS) em períodos de El Niño e La Niña.
Este fenômeno faz com que chova em grandes proporções no Pacífico Central, região onde geralmente não chove, afetando os padrões climáticos de várias partes do globo (fig. 3).
Figura 3 - Comparação dos processos convectivos observados na região do Pacífico Tropical em anos normais e em anos de El Niño.
Os pescadores peruanos já conviviam com esse fenômeno que causava uma diminuição na quantidade de peixes na Costa do Peru, sempre na época do Natal, e por isso lhe deram o nome de El Niño (menino-Deus, em espanhol), repassando essa cultura aos seus habitantes.
Efeitos do EL NIÑO em Santa Catarina
O El Niño faz com que os ventos em altos níveis (12 km de altitude), chamados de Jato Subtropical, tornem-se mais intensos que o normal em decorrência do aumento do gradiente de temperatura entre o Equador e os Pólos. O fortalecimento destes jatos cria um bloqueio para os sistemas frontais que chegam no estado, permanecendo estacionados sobre esta área (fig. 4). Desta forma, ocorre um aumento da precipitação (anomalia positiva) nesta região, principalmente na primavera do ano em que o fenômeno se inicia, e no outono-inverno do ano seguinte, abrangendo mais intensamente as áreas próximas ao oceano (GRIMM et al., 1996).
Figura 4 - Intensificação do Jato Subtropical e conseqüente bloqueio dos sistemas frontais.
Além do El Niño, existem outros fatores que influenciam na climatologia de chuvas e enchentes no estado, como as temperaturas do Oceano Atlântico, na costa catarinense, por exemplo, que podem ser responsáveis pelo aumento da precipitação no litoral.
Conclusões
  • O fenômeno não se comporta de maneira regular, possuindo intensidades e conseqüências diferentes para as áreas que sofrem a sua influência;
  • Anos de El Niño chove acima da média em Santa Catarina;
  • O El Niño não é o único causador de enchentes no Estado;
  • Anomalias positivas na TSM (Temperatura da Superfície do Mar) do Atlântico podem influenciar nas precipitação no litoral;
  • Nos invernos de anos de El Niño as temperaturas médias são maiores que a média;
  • As maiores enchentes desse século (1911 e 1983) foram em anos de El Niño.
Fonte:
Climerh


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