Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Surgimento da Ciência Moderna

Concepções de Ciência (Abordando: Aristóteles, Galileu e Newton)
surgimento filosofia
Ao critério da fé e da revelação, o indivíduo moderno opõe o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Ao dogmatismo, opõe a possibilidade da dúvida. Ao desenvolver a mentalidade crítica, questiona a autoridade da Igreja e o saber aristotélico. Assume uma atitude polémica perante a tradição. Só a razão é capaz de conhecer. O que vemos se afirmar é uma característica importante do pensamento moderno; o racionalismo. Uma das expressões mais claras desse racionalismo é o interesse pelo método.

Embora o método tenha sido sempre objeto de discussão na filosofia, nunca o foi com a intensidade e a prioridade que lhe dedicaram os filósofos do século XVII, Até então a filosofia se debruçara sobre o problema do ser, mas na Idade Moderna se volta para as questões do conhecer. Enquanto o pensamento antigo e medieval parte da realidade inquestionada do objeto e da capacidade humana de conhecer, surge na Idade Moderna a preocupação com a "consciência da consciência".

Antes se perguntava: "Existe alguma coisa?", "Isto que existe, o que é?”. Agora o problema não é saber se as coisas são, mas se nós podemos eventualmente conhecer qualquer coisa. Das questões epistemológicas, isto é, relativas ao conhecimento, deriva a ênfase que marcará a filosofia daí por diante. Nessa virada temática, dá-se também outra inversão: enquanto o filósofo antigo não questiona a realidade do mundo, René Descartes (1596-1650), seguindo rigorosamente o caminho, o método por ele estabelecido, começa duvidando de tudo, até reconhecer como indubitável a própria existência. É na descoberta da subjetividade que residem as variações do novo tema. O filósofo passa a se preocupar com o sujeito que conhece, mais do que com o objeto conhecido.

É tão importante a questão do método no século XVII que Descartes a coloca como ponto de partida do seu filosofar. A dúvida metódica é um artifício com que demole todo o edifício construído do saber para recomeçar tudo de novo. O método adquire um sentido de invenção e descoberta, e não mais a possibilidade de demonstração organizada do que já é sabido.

Outros filósofos, além de Descartes, também se dedicam ao problema do método, tais como Francis Bacon, Locke, Hume, Espinosa. O método filosófico passa por profunda transformação e até hoje não cessa de desencadear as mais diversas polêmicas.
O próprio Galileu, também no século XVII. teoriza sobre o método científico, que significou uma verdadeira revolução: é justamente nesse momento que a ciência rompe com a filosofia aristotélico-escolástica e sai em busca do seu próprio caminho.

Outra característica do pensamento moderno é o antropocentrismo. Enquanto o pensamento medieval é predominatemente teocêntrico (centrado na figura de Deus), o indivíduo moderno coloca a si próprio no centro dos interesses e decisões. Ao prevalecimento da explicação religiosa do mundo, é contraposta a localização do saber, da moral, da política, que é estimulada pela capacidade de livre exame. Da mesma forma que em ciência se aprende a ver com os próprios olhos, até na religião os adeptos da Reforma defendem o acesso direto ao texto bíblico, dando a cada um o direito de interpretá-lo. O que se observa nas grandes mudanças ocorridas no período é uma valorização do saber ativo em oposição ao saber contemplativo dos antigos. O conhecimento não parte apenas de noções e princípios, mas da própria realidade observada e submetida a experimentações. Da mesma forma, o saber deve retornar ao mundo para transformá-lo. Dá-se a aliança da ciência com a técnica.
CONCEPÇÃO ANTIGA E MODERNA DE CIÊNCIA
A concepção mais geral de ciência define ciência como conhecimento que inclui, em qualquer forma ou medida, uma garantia própria de validade. A limitação expressa pelas palavras "em qualquer forma ou medida" é aqui incluída para tornar a definição aplicável à Ciência Moderna, que não tem pretensões de absoluto. Mas segundo o conceito tradicional, a ciência inclui garantia absoluta de validade, sendo portanto, como conhecimento, o grau máximo da certeza. O oposto da ciência é a opinião, caracterizada pela falta de garantia de sua validade.
karl popper
● Karl Popper: “O velho ideal científico da episteme, do conhecimento absolutamente certo e demonstrável, revelou-se um mito. A exigência de objetividade científica torna inevitável que qualquer asserção científica seja sempre provisória"(The logic of scientifïc discovery, 2aed, 1958, 85, p.279).

CIÊNCIA ANTIGA: FÍSICA ARISTOTÉLICA.
fisica aristotelica
● É uma ciência baseada nas qualidades percebidas nos corpos (leve, pesado, líquido, sólido, ete.);

● É uma ciência baseada em distinções qualitativas do espaço (alto, baixo, longe, perto, celeste, sublunar);

● É uma ciência baseada na metafísica da identidade e da mudança (perfeição imóvel, imperfeição movel);

● É uma ciência que estabelece leis diferentes para os corpos segundo sua matéria e sua forma, ou segundo sua substância;

● Como consequência das características anteriores, é uma ciência que concebe a realidade natural como um mundo hierárquico no qual os seres possuem um lugar natural de acordo com sua perfeição, hierarquizando-se em graus que vão dos inferiores aos superiores.

CIÊNCIA MODERNA: GALILEU E NEWTON.
fisica moderna
● Para a física moderna, o espaço é aquele definido pela geometria, portanto, homogêneo, sem distinções qualitativas entre alto, baixo, frente, atrás, longe, perto.

● Tona-se inútil a distinção entre um mundo celeste e um mundo sublunar, pois astros e corpos terrestres obedecem às mesmas leis, universais da física;

● O movimento e o repouso são as propriedades físicas objetivas de todos os corpos da Natureza e todos eles obedecem às mesmas leis - aquelas que Galileu formulou com base no princípio da ínércia (um corpo se mantém em movimento indefinidamente, a menos que encontre um outro que lhe faça obstáculo ou que o desvie de seu trajeto); e aquelas formuladas por Newton, com base no princípio universal da gravitação (a toda ação corresponde uma reação que lhe é igual e contrária).
Não há diferença entre movimento natural e movimento violento.


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