Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fundamentos de Sistemas


Fundamentos de Sistemas

Dicas da Abordagem Sistêmica

a) dividir para conquistar

Procure dividir o problema em problemas menores. Alguém que quer ir de uma cidade a outra, divide o caminho em partes por onde deve passar (estradas a tomar, saídas, entradas, conexões).

b) identificar todas as partes do sistema

Procure identificar tudo o que faz parte do sistema. Algumas partes podem fazer a diferença. Um exemplo clássico é o cavalo de tróia na guerra entre gregos e troianos. Se os gregos vissem o problema apenas como uma cidade (Tróia) com muros altos e fortes portões, não teriam conseguido entrar. A diferença aconteceu porque eles entenderam que o sistema ainda era composto de pessoas e, neste caso, supersticiosos e religiosos (que não poderiam rejeitar um presente dos deuses).

c) atentar para detalhes

A falta de uma caneta pode gerar o insucesso de um sistema automatizado. Os analistas se preocupam geralmente com as coisas grandes como computadores, redes e software de banco de dados. Mas num supermercado, se não houver uma caneta para o cliente assinar o cheque, de nada terá adiantada gastar milhares de dólares com hardware, software e treinamento de pessoal.

d) olhar para o todo (visão holística)

Se alguém está perdido numa floresta, sobe numa árvore para poder enxergar onde está a saída. O mesmo acontece com labirintos. A visão do todo permite entender como as partes se relacionam.

e) analogias

A analogia consiste em utilizar uma solução S’ num problema P’, similar a uma solução S que já teve sucesso num problema P similar a P’. Ou seja, é o reuso de soluções em problemas similares, com alguma adaptação da solução. Não é a toa que o Homem criou o avião observando os pássaros voarem.

Exercício: usando a abordagem sistêmica, identificar os fatores que influenciam a compra de um computador

Elementos de um sistema
(Oliveira, 1997, p. 23, Stair, 1998, p. 7)

Os próprios elementos e as relações entre eles determinam como o sistema trabalha. Os sistemas têm entradas, mecanismos de processamento, saídas e feedback. Como exemplo tomemos o processo de assar um bolo. As entradas são a farinha, ovos, açúcar e manteiga. Tempo, energia, técnica e conhecimento também são necesários como entradas ao sistema. O tempo é investido na compra e medição dos ingredientes e assá-los. O conhecimento definiria a proporção e a ordem na qual os ingredientes são misturados. A técnica seria a habilidade de entender e seguir as instruções de uma receita (a base de conhecimento).

Os mecanismos de processamento consistem, primeiramente, em combinar os ingredientes em uma vasilha, de modo que a mistura tenha a consistência certa, e então assá-la durante o espaço de tempo apropriado e em temperatura correta. Existe um mecanismo de feedback no forno, o termostato; o forno liga e desliga para manter uma temperatura constante. A saída será o bolo pronto. Elementos independentes de um sistema interagem. Quando aquecidos, a farinha, os ovos, o açúcar e a manteiga interagem para formar o bolo acabado.

O objetivo do sistema é a própria razão de existência do sistema, ou seja, é a finalidade para a qual o sistema foi criado.

Controle e avaliação servem para verificar se as saídas estão coerentes com os objetivos estabelecidos. Para realizar o controle e a avaliação de maneira adequada, é necessária uma medida de desempenho do sistema chamada padrão.

A forma na qual os elementos do sistema estão organizados ou arranjados é chamada configuração.

Parâmetros e variáveis dos sistemas
(Chiavenato, 2000, p.548, Stair, 1998, p.10)

Chiavenato (2000) define parâmetros como constantes que caracterizam, por suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um sistema ou componente do sistema, seriam eles: entrada ou insumo, saída ou produto resultado, processamento ou processador transformador, retroalimentação ou feedback e ambiente, já Stair (1998) dá uma outra visão ao termo parâmetro do sistema, para ele um parâmetro do sistema é o valor ou quantidade que não pode ser controlada, tal como o preço de uma matéria-prima e a quantidade (Kg) de um produto químico que deve ser adicionada para produzir um certo tipo de plástico, estes valores não são controlados por gerenciamento, mas por leis da química. Para ele, além dos parâmetros os sitemas possuem variáveis, que são quantidades ou itens que podem ser controlados pelo tomador de decisões, por exemplo a quantidade de um estoque a solicitar está sob o controle gerencial.

Características dos sistemas
(Chiavenato, 2000, p. 546)

O todo apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos isolados. É o que chamamos
emergente sistêmico: uma propriedade ou característica que existe no sistema como um todo e não existe em seus elementos em particular. Por exemplo, as características da água são totalmente diferentes do hidrogênio e do oxigênio que a formam.

Duas características básicas do sistema:
a.
Propósito ou objetivo – todo sistema tem um ou alguns propósitos ou objetivos (finalidade);
b.
Globalismo ou totalidade
– todo sistema tem uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do sistema deverá produzir mudanças em todas as suas outras unidades, ou seja, qualquer estimulação em qualquer unidade do sistema afetará todas as unidades devido ao relacionamento existente entre elas. Das mudanças e dos ajustamentos contínuos do sistema decorrem dois fenômenos: o da entropia (tendência do sistema para a perda de energia e conseqüente desagregação, degradação e desaparecimento, quando essa perda é maior do que sua capacidade de manutenção) e o da homeostasia (estado de equilíbrio dinâmico que permite ao sistema manter seu funcionamento estável apesar das flutuações ambientais).

Classificação dos sistemas

Há uma variedade de sistemas e várias tipologias para classificá-los, algumas delas são:

Quanto à interação com o ambiente
(Bio, 1996, p. 18, Chiavenato, 2000, p. 548, Stair, 1998, p. 8)

Quanto à interação com o ambiente o sistema pode ser aberto ou fechado.

Sistema aberto
é aquele que interage com o seu ambiente, ou seja sofre a sua influência e/ou o influencia. Os sistemas abertos:
• Apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, através de entradas e de saídas;
• Trocam a matéria e energia regularmente com o meio ambiente;
• São adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente às condições do meio; e
• Mantêm um jogo recíproco com o ambiente e sua estrutura é otimizada quando o conjunto de elementos do sistema se organiza, através de uma operação adaptativa. A adaptabilidade é um contínuo processo de aprendizagem e de auto-organização.

 

Sistema fechado
é aquele que não apresenta intercâmbio com o meio ambiente que os circunda. Sendo assim, ele:
• Não recebe influência do ambiente e também não o influencia; e
• Não recebe nenhum recurso externo e nada produz que seja enviado para fora.

A rigor, não existem sistemas fechados, na acepção exata do termo. A denominação sistemas fechados é dada aos sistemas cujo comportamento é
determinístico e programado e que operam com pequeno intercâmbio de matéria e energia com o meio ambiente. Também o termo é utilizado para os sistemas estruturados, onde os elementos e relações combinam-se de maneira peculiar e rígida, produzindo uma saída invariável. São os chamados sistemas mecânicos, como as máquinas e equipamentos;

Existem diferenças fundamentais entre os sistemas abertos e os fechados:
a) O sistema aberto está em constante interação dual com o ambiente (o influencia e por ele é influenciado). O sistema fechado não interage com o ambiente;
b) O sistema aberto tem capacidade de crescimento, mudança, adaptação ao ambiente e até auto-reprodução sob certas condições ambientais, portanto, o estado atual, final ou futuro do sistema aberto, não é, necessária nem rigidamente, condicionado por seu estado original ou inicial, porque ele tem reversibilidade. O sistema fechado não tem essa capacidade, por isso, o estado atual e futuro ou final do sistema fechado será sempre o seu estado original ou inicial;
c) É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas, o que não ocorre com o sistema fechado.

Informação Transformação Informação

Energia Energia

Recursos Recursos

Materiais Materiais

Figura 3 – Parâmetros do sistema (Chiavenato, 2000, p.)

Quanto à natureza
(Yourdon, 1992, p. 14)

Existem duas categorias de sistemas: os naturais e os feitos pelo homem. Os sistemas naturais, os quais abrangem a maioria dos sistemas, são encontrados na natureza, ou seja, não são feitos por pessoas e, de modo geral, servem a seus próprios propósitos. É conveniente dividir esses sistemas em duas subcategorias básicas: sistemas físicos e sistemas vivos.

Os sistemas físicos incluem exemplos diferentes como:
• sistemas estelares: galáxias, sistema solar, etc.;
• sistemas geológicos: rios, cadeias de montanhas, etc.;
• sistemas moleculares: organizações complexas de átomos, etc.

Os sistemas vivos, naturalmente, abrangem as miríades de animais e plantas em volta de nós e também a espécie humana.

Os sistemas feitos pelo homem são aqueles construídos, organizados e mantidos por seres humanos. Entre eles podemos considerar:
• sistemas sociais: organizações de leis, doutrinas, costumes,etc.;
• sistemas de transporte: redes rodoviárias, canais, linhas aéreas, petroleiros, etc.;
• sistema de comunicações: telefone, telex, sinais de fumaça, etc.;
• sistemas de manufatura: fábricas, linhas de montagem, etc.; e
• sistemas financeiros: contabilidade, inventários, livros-razão, controles de estoque, etc.

Muitos sistemas feitos pelo homem interagem com os sistemas vivos, por exemplo, os marca-passos computadorizados interagem com o coração humano.

Quanto à constituição
(Chiavenato, 2000, p.547)

Quanto à constituição os sistemas podem ser reais e tangíveis ou abstratos (Rezende e Abreu, 2001).

Entradas

Processamento

Saídas

Ambiente

Ambiente

Retroação

Sistemas reais e tangíveis (físicos e concretos) – compostos de equipamentos, de maquinaria e de objetos e coisas reais (hardware). Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho;
• Sistemas abstratos (conceituais) – compostos de conceitos, filosofias, planos, hipóteses e idéias. Aqui, os símbolos representam atributos e objetos, que muitas vezes só existem no pensamento das pessoas (software).

Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas reais (físicos) e sistemas abstratos (conceituais): os sistemas reais precisam de um sistema abstrato para poder funcionar e desempenhar suas funções. A recíproca também é verdadeira: os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a algum sistema real. Por exemplo: Nos sistemas computadorizados: hardware e software, em uma escola: salas, cadeiras, iluminação,etc... e programa de educação.

Quanto à complexidade
(Stair, 1998, p. 8)

Podemos ter sistemas simples (possuem poucos elementos ou componentes, e a relação ou interação entre os elementos é descomplicada e direta) e sistemas complexos (têm muitos elementos que são altamente relacionados e inter-conectados).

Quanto às mudanças
(Stair, 1998, p. 8)

Podemos ter sistemas estáveis (aqueles em que as mudanças no ambiente resultam em pouca ou nenhuma mudança no sistema) e sistemas dinâmicos (aqueles que sofrem mudanças rápidas e constantes devido às mudanças no seu ambiente).

Quanto à permanência
(Stair, 1998, p. 9)

Os sistemas podem ser permanentes (os que existem por um longo período de tempo, geralmente 10 anos ou mais) e temporários (os que não duram por muito tempo).

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