Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Os diferentes usos da água

Sabe-se hoje que os diferentes usos da água, junto com o crescimento das cidades e a ineficiência de tratamento de águas residuais e de esgotos, têm resultado numa perda muito grande da qualidade da água. As propriedades físicas, químicas, biológicas e estéticas da água estão sendo comprometidas, afetando a sua utilidade e a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos (van Weerelt et al., 2004). Isso que dizer que em paralelo aos inegáveis avanços científicos e tecnológicos, ao crescimento econômico e ao desenvolvimento cultural, a água vêm sofrendo impactos enormes em sua qualidade e quantidade. Esses impactos, segundo Tundisi (2003) podem ser minimizados, mas necessitam ser gerenciados com acompanhamento, avaliações qualitativas e quantitativas e com monitoramento a longo prazo.
No Brasil, 20% da água são utilizados para o abastecimento urbano, 20% nas indústrias e 60% no setor agrícola. São inegáveis, ao longo da história os conflitos em busca de água. Desde sempre, ela foi alvo de ações do homem sobre o meio ambiente, com o objetivo de explorar os recursos hídricos para satisfazer a suas necessidades individuais e coletivas além de, em muitos casos, buscar expandir seu desenvolvimento econômico (Tundisi, 2003). Se, por um lado, a demanda é por mais água, por outro, as agressões de exploração/uso deste recurso têm contribuído para a sua deterioração.
Os impactos produzidos pelas mais diversas atividades humanas nos recursos hídricos, ainda segundo Tundisi (2003), podem ser relacionados à perda dos “serviços” que um dia foram “oferecidos” pelo ecossistema. Esses impactos permitem quantificar economicamente os valores de perda, os custos para tratamento e recuperação do sistema.
A água é utilizada para consumo doméstico, atividades comerciais e criação de animais. Também para as atividades pecuárias, agrícolas e para a produção industrial. Ela ainda se presta à geração de energia hidrelétrica, à mineração e à exploração de petróleo. Atende aos transportes em geral e serve para fins recreativos. Não é pouco.
Em termos gerais, os usos da água abarcam as atividades humanas em sua globalidade e isso permite dizer que ela tanto pode servir para consumo como para insumo nos diferentes processos produtivos.
A disponibilidade deste precioso recurso é cada vez menor talvez porque, se por um lado ele é compartilhado por atividades muito variadas e distintas, por outro não é utilizado racionalmente. Deste modo, a indústria e a mineração utilizam tecnologias que demandam grandes quantidades de água e, em conseqüência, geram grandes quantidades de água residual que são devolvidas às fontes de água, sem tratamento prévio, o que é assustador e pode pôr em risco a vida.
No caso da agricultura, a demanda da água é enorme, especialmente nos lugares onde chove pouco ou de modo inconstante. Em muitas regiões os sistemas de irrigação são responsáveis por um volume enorme de desperdício de água. Os fertilizantes químicos e os agrotóxicos contribuem em larga escala para a contaminação dos cursos de água, além de deixarem resíduos prejudiciais à saúde nos alimentos que serão consumidos.
Finalmente, a água para consumo humano, que é captada de fontes superficiais e subterrâneas, é cada vez mais procurada pelas populações, mas a cada dia está mais escassa e cara. Isso tem gerado a adoção de medidas de regulação e modificação dos cursos d’água, o que cria variações nos ecossistemas e microclimas, com prejuízos à flora, fauna e hábitat.
As bacias, seus recursos naturais (fauna, flora e solo) e os grupos sociais têm diferentes características biológicas, histórico-sociais, geográficas, econômicas e culturais que permitem individualizar e ordenar seu manejo em função de suas particularidades e de sua identidade. A utilização da água pelo homem depende da captação, tratamento, e distribuição e também, quando necessário, da depuração da água utilizada.

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