Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube
Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Rochas

INTRODUÇÃO

O estudo sistemático das rochas denomina-se PETROLOGIA. Ela inclui a descrição e identificação das rochas - PETROGRAFIA - e procura explicar a sua origem e transformações posteriores a sua formação - PETROGÊNESE. A petrologia é uma ciência auxiliar da Geologia e está intimamente ligada a Mineralogia e a Geoquímica. Qualquer profissional que se dedique a um dos ramos da Geociências, abordando problemas de Estratigrafia, Tectônica, Vulcanologia, Paleontologia, Prospecção de Recursos Minerais, não obstante a diversidade de suas metas, começa suas investigações com o arcabouço rochoso da Terra. Assim, o conhecimento das rochas constitui o núcleo de cada problema geológico e proporciona um ponto de encontro aos vários ramos da Geologia. ROCHA, no sentido geológico, é um material que faz parte essencial da crosta sólida da Terra, e é constituída por um agregado de um ou mais minerais, ou vidro vulcânico ou matéria orgânica. Este conceito inclui tanto massas incoerentes (areias, cascalhos, cinzas vulcânicas, etc.) como as coerentes (granitos, arenitos, conglomerados, calcários, etc.). Apesar da grande maioria das rochas ser constituída por um ou mais minerais (monominerálicas ou poliminerálicas), algumas rochas podem, no entanto, serem constituídas por vidros, vidro e minerais ou ainda, matéria orgânica.
No estudo das rochas uma habilidade é absolutamente essencial: a cuidadosa observação do detalhe. Esta ferramenta, básica de qualquer ciência natural, não se adquire rápida e facilmente; exige um esforço concentrado e prática contínua até que se torne hábito. Mesmo assim, nunca se está livre do perigo de passar por cima de um ponto significativo. Assim o estudo de qualquer rocha começa no local onde ela é coletada. Os afloramentos e outras exposições de rochas revelam dados muito importantes e que não podem ser obtidos através do simples exame de amostras isoladas. Estes dados estão relacionados a feições estruturais tais como: juntas, estratificação, xistosidade e outras estruturas planares e lineares. Igualmente devem ser observados e considerados, no campo, os efeitos do intemperismo e outros agentes de transformação das rochas, pois dão detalhes que um material inalterado nem sempre consegue fornecer. Para o estudo e reconhecimento das rochas três parâmetros são de fundamental importância: textura, estrutura e conteúdo mineralógico. Em geral, o termo estrutura refere-se aos aspectos de grande escala identificados no campo, tais como a disposição em camadas. Lineações, fraturas, etc. Por outro lado, a palavra textura refere-se ao grau de cristalização, ao tamanho dos grãos ou granulação e às relações recíprocas entre os constituintes das rochas. Estes aspectos texturais dão informações muito importantes sobre as condições de formação das rochas, visto que os processos físicos-químicos envolvidos imprimem nos minerais o modo pelo qual ele agem. O conteúdo mineralógico também é muito importante, porque além do fato de permitir poder classificar a rocha em função dos seus minerais, sabe-se que muitos deles originam-se em condições de pressão e temperatura limitadas, determinando assim o ambiente de formação das rochas.
Quando se estuda uma rocha deve-se utilizar esses parâmetros em conjunto, já que muitas vezes o uso de apenas um deles não é diagnóstico. Por exemplo, pode-se ter quatro rochas com a mesma composição mineralógica mas com texturas e/ou estruturas diferentes. Assim, uma rocha constituída principalmente de quartzo e feldspato pode se formar em ambientes muito profundos, originado um granito com estrutura maciça ou então um gnaisse, com estrutura bandada; pode se formar em condições de superfície originado um arenito, quando em ambientes sedimentares ou um riolito, quando originado por extrusão de lavas de composição riolítica.

O CICLO DAS ROCHAS

A crosta terrestre é constituída essencialmente de rochas. São elas, junto com fósseis, os elementos que o geólogo usa para decifrar os fenômenos geológicos atuais e do passado.
De acordo com sua origem são distinguidos 3 grandes grupos de rochas: ígneas, sedimentares e metamórficas. Estes tipos de rochas, que aparentemente não mostram relações entre si, apresentam-se intimamente relacionadas no denominado "CICLO DAS ROCHAS", como é visto no esquema aqui apresentado. Assim, o ciclo das rochas mostra a história da formação dos diferentes tipos de rochas e as relações genéticas existentes entre elas.

ROCHAS ÍGNEAS

São também chamadas de rochas magmáticas e se originam da consolidação do magma (fusão silicatada). Delas derivam, por vários processos, as rochas sedimentares e as rochas metamórficas. Uma rocha magmática expressa as condições geológicas em que se formou graças a sua textura. A textura diz principalmente do tamanho e da disposição dos minerais que constituem a rocha, enquanto que a natureza mineralógica dos cristais ou mesmo do vidro, diz da composição química aproximada, pois os magmas possuem geralmente elementos voláteis que podem escapar durante o processo de consolidação.
A textura apresentada pelas rochas ígneas expressa a consolidação geológica na qual foi formada, assim o magma ao consolidar-se no interior da crosta terrestre, a vários quilômetros de profundidade, forma as chamadas rochas intrusivas ou plutônicas. Como o resfriamento ocorre de forma lenta, os minerais tem a possibilidade de apresentar um bom desenvolvimento originando uma textura equigranular. Portanto, as rochas intrusivas são constituídas por minerais bem cristalizados. Exemplos: granito, gabro e diorito. Por outro lado, em outras condições geológicas, o magma pode extravasar na superfície formando rochas extrusivas (vulcânicas ou efusivas). Assim o magma passa bruscamente do estado líquido para o estado sólido adquirindo uma textura vítrea, pelo fato de não haver tempo para dar-se a cristalização dos minerais. Se já houver um início de cristalização no interior das câmaras onde se acha o magma, esses cristais em formação serão arrastados para a superfície pelo restante do magma ainda em fusão. Quando atinge a superfície, a lava consolida rapidamente, graças a queda brusca de temperatura e, como resultado, tem-se uma textura porfirítica. Exemplos de rochas extrusivas são os riolitos, basaltos e andesitos.

ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas sedimentares são aquelas formadas a partir do material originado pela erosão de qualquer tipo de rocha preexistente, material esse que deverá ser transportado e posteriormente depositado ou precipitado em um dos muitos ambientes de sedimentação da superfície do globo terrestre. Incluem também, qualquer material proveniente de atividades biológicas. O critério de classificação das rochas sedimentares segue vários princípios, normalmente combinados entre si, como o ambiente e o tipo de sedimentação, a constituição mineralógica e o tamanho das partículas.
Assim, as rochas sedimentares podem ser divididas em:
Clásticas ou mecânicas
São formadas por fragmentos de minerais e/ou rochas preexistentes. De acordo com o tamanho das partículas constituintes são feitas subdivisões. Assim, por exemplo, as rochas sedimentares clásticas cujas partículas possuem, predominantemente, tamanho areia (2mm) são denominadas arenitos; aquelas com partículas tamanho silte (0,05mm), siltitos, e assim por diante;
Químicas
São aquelas originadas pela precipitação de solutos, graças à diminuição de solubilidade ou graças à evaporação da água. Quando se verifica este fenômeno, a rocha recebe o nome genérico de evaporito. As rochas químicas mais comuns, formadas pela diminuição de solubilidade, são mais comumente os calcários, que precipitam graças ao aumento de temperatura e, conseqüentemente, despreendimento de gás carbônico, responsável pela solubilidade dos carbonatos que constituem os calcários;
Orgânicas
São as rochas formadas pelo acúmulo de restos de organismos. Estes organismos contribuem em grande escala para a formação dessas rochas, seja pela deposição de seus restos, seja pela sua atividade fisiológica. Foram eles os formadores indiretos dos combustíveis fósseis, isto é, do carvão e do petróleo, assim como de numerosos depósitos de calcário, de diadomito, de minério de ferro, fosforitos, etc. Essas rochas recebem a designação geral de biólitos, e são classificadas em caustobiólitos (combustíveis) e acaustobiólitos (não combustíveis).
As rochas sedimentares formam-se pelo endurecimento de depósitos inconsolidados denominados sedimentos, através de um conjunto de processos físico-químicos genericamente chamado DIAGÊNESE.

ROCHAS METAMÓRFICAS

Tanto as rochas ígnea como as sedimentares podem ser levadas por processos geológicos a condições diferentes daquelas nas quais se formaram. Estas novas condições podem determinar a instabilidade dos minerais preexistentes, estáveis nas antigas condições. Estas rochas sofrem então transformações sob ação destas novas condições de temperatura, pressão, presença de agentes voláteis ou fortes atritos, adaptando-se, assim, a estas novas condições. Esta adaptação é que dá origem à formação das rochas denominadas metamórficas. Dependendo das condições, podem acontecer mudanças na textura e/ou composição mineralógica. Normalmente, pode ocorrer tanto a recristalização dos minerais preexistentes como também a formação de novos minerais. Dependendo da natureza dos esforços sofridos pela rocha, poderão ocorrer deformações mecânicas nos minerais. Graças às condições de pressão dirigida num determinado sentido, a textura resultante mais comum é a orientada ou xistosa, caracterizada pelo arranjo de todos ou de alguns dos minerais segundo planos paralelos. As rochas que apresentam esta estrutura xistosa bem desenvolvida são denominadas xistos. Na recristalização, pode se dar apenas um crescimento no tamanho dos grãos, graças à coalescência dos minerais existentes como, por exemplo, um calcário passando para mármore ou, um arenito passando para um quartzito. Em graus de metamorfismo mais altos, ou seja, em condições mais severas, formam-se os gnaisses, que possuem estrutura bandada, sendo rochas muito comuns no território brasileiro. Essas rochas, acima citadas, se formam sob condições denominadas metamorfismo regional dinamotermal.
Em outras situações, quando rochas preexistentes entram em contato com corpos ígneos, há um aumento significativo na temperatura, o que é suficiente para que hajam modificações na sua composição mineralógica e/ou textura, processo esse denominado metamorfismo de contato. Rochas comuns que se formam nessas condições são, por exemplo, os cornubianitos e os escarnito.

ROCHAS DA COLEÇÃO

Rochas Ígneas:

01. GRANITO

O granito é a rocha ígnea mais comum, ocorrendo juntamente com os gnaisses no embasamento cristalino, que constitui o substrato da crosta siálica que forma os continentes. Ocorre com diversas cores, cinza claro a cinza escuro, amarelo, rosa ou vermelho. A variação de cor provêm, normalmente da cor dos feldspatos, que é o mineral mais freqüente nos granitos. É constituído por ortoclásio (rosa), predominantemente, e quartzo (incolor); freqüentemente ocorre ainda plagioclásio sódico (leitoso). Contém ainda biotita (preta) ou muscovita (cinza) e anfibólio (escuro), mais comumente hornblenda. A maioria dos granitos possui textura granular hipidiomórfica, ou seja, apresenta grãos equidimensionais. A estrutura em geral é maciça, onde os constituintes em geral não apresentam orientação preferencialmente (orientada). A granulação pode variar de milimétrica a centimétrica. No Rio Grande do Sul, os granitos são rochas muito comuns, fazendo parte do denominado Escudo Sul-Riograndense. Em Porto Alegre, como em muitas cidades, nossas casas estão construídas sobre rochas graníticas. Os granitos são utilizados na construção civil, como material de pavimentação, em estradas, revestimentos de fachadas, etc.

02. RIOLITO

Rocha ígnea vulcânica, correspondente extrusiva do granito. É densa e possui uma granulação fina. Também é chamado de quartzo-pórfiro. Sua cor é cinza avermelhada, rosada, podendo ser até preta. A textura é porfirítica, possuindo em alguns casos um certo arranjo orientado como conseqüência do movimento da lava. Dá-se a este aspecto o nome de textura fluidal. A massa fundamental ou matriz afanítica (não se visualiza os minerais a olho nu) ou vítrea. Os fenocristais são normalmente de quartzo e feldspatos. Em relação aos basaltos, também rochas extrusivas, possuem uma ocorrência muito menor, não chegando a formar grandes corpos. Uma ocorrência é na Av. Bento Gonçalves, em Viamão, junto ao Parque Saint Hilaire.

03. GABRO

O gabro é uma rocha magmática máfica (escura) formada a grandes profundidades (intrusiva) e com textura fanerítica hipidiomórfica formada por minerais maiores que os do diabásio (> 1mm). O principal constituinte dos gabros é o feldspato calco-sódico (plagioclásio), de cor branca. Os minerais escuros são representados por augita e hiperstênio (piroxênios) e olivinas. Sua composição química é pobre em sílica e rica em álcalis. Há uma grande variedade de tipos diferentes de gabros, dependendo dos minerais que apresentam. O magma de origem é o mesmo que aquele que forma os diabásios e os basaltos. Os gabros ocorroem em sills, diques grandes e stocks, com tamanhos superiores a vários milhares que quilômetros quadrados e com espessuras de mais de 7 km, estratificados e apresentando camadas de outras rochas. As amostras da presente coleção provém de um corpo gabróico em Morungava (Gravataí - RS), da pedreira do Asmuz.

04. DIABÁSIO

Diabásio é o correspondente hipabissal (rocha formada em baixa profundidade) dos basaltos, isto é, possui a mesma composição química e mineralógica do basalto mas a textura é um pouco mais grosseira porque o magma teve mais tempo para esfriar que no basalto. É constituído essencialmente de piroxênio e plagioclásio cálcico. Possui cor preta e textura granular fina, raras vezes porfirítica. Apesar da origem hipabissal, possui muitas vezes textura granular mais grosseira, sendo por isso, fácil de ser confundido com gabro, que é seu correspondente plutônico. Por isso, a identificação deste tipo de rocha como tal, praticamente, só é possível quando se tem o controle de campo da ocorrência, ou seja, o diabásio normalmente ocorre em corpos tabulares, que cortam rochas encaixantes, concordante ou discordantemente, denominados "sill" e dique, respectivamente. Na Bacia do Paraná, os diabásios normalmente estão associados aos derrames basálticos, constituindo verdadeiros enxames de diques e "sill". Um destes ocorre no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na pequena elevação atrás das 3 esferas coloridas.

05. BASALTO

São rochas vulcânicas mais abundantes, tendo como equivalente plutônico (intrusivo) o gabro. A textura é microcristalina (grãos muito pequenos, só visíveis ao microscópio), vítrea (com vidro) ou porfirítica (alguns grãos grandes em uma massa de grãos menores). Pode ser às vezes vesicular, o que torna a rocha porosa, semelhante a uma esponja. Nesses casos, pode ocorrer o preenchimento das vesículas, formando amígdalas, que podem ser constituídas por ágata, quartzo, zeolitas ou outros minerais. Os basaltos calco-alcalinos são produtos principais dos vulcões do tipo havaiano; predominam entre as lavas dos cinturões orogênicos (das cadeias de montanhas). Onde se extravasaram a partir de grandes fissuras, formaram enormes platôs como, por exemplo, a Bacia do Paraná, cuja maior extensão localiza-se em território brasileiro. Atualmente, o Brasil não possui nenhum vulcão ativo. O vulcanismo mais moderno foi responsável pela formação de diversas ilhas do Atlântico brasileiro, como Fernando de Noronha, Trindade, Rochedo e Abrolhos, datadas de, aproximadamente, 12 milhões de anos. Na era Mesozóica (135 milhões de anos) o Brasil foi palco das maiores atividades vulcânicas que se conhece, onde as lavas basálticas extravasaram através de fissuras da crosta terrestre (na altura do Rio Paraná) e cobriram cerca de 1 milhão de km2. Perto de Torres, RS, por exemplo, a espessura dos derrames ultrapassa 1000 metros. O principal uso dos basaltos é na pavimentação e ornamentação de fachadas. Belos cristais de quartzo-ametistas são explorados no RS, no interior de grandes amígdalas, oca por dentro e atapetadas internamente. São as melhores ametistas do mundo e, por isso mesmo, exportadas para muitos países.

06. ANORTOSITO

É uma rocha formada essencialmente por plagioclásio cálcico branco, em geral labradorita, com pequena porção de grãos de piroxênio escuro e pequenas massas de magnetita e ilmenita. Aparentados com o gabro pela natureza do feldspato, os anortositos diferem nitidamente pela elevadíssima proporção de plagioclásio. São em geral acinzentados, mas podem ser amarelados, pardacentos, brancos ou quase negros (devido à pigmentação do plagioclásio). Quando são de grão fino e de cores claras, podem à primeira vista confundir-se com mármores ou quartzitos. Distinguem-se dos primeiros pela sua maior dureza e por não darem efervescência com ácidos e dos segundos quando pode-se observar as estruturas características dos plagioclásios. Os anortositos formam vastas massas intrusivas, principalmente de idade Pré-Cambriana. Algumas ocorrências conhecidas são de Stillwater, Montana e Bushveld, África do Sul. No RS, existe só uma ocorrência em Capivarita, município de Encruzilhada do Sul. As variedades de cor e estrutura interessantes são utilizadas como pedras ornamentais, principalmente em revestimentos de fachadas.

07. ROCHAS ULTRAMÁFICAS

As rochas ultramáficas são aquelas que apresentam um teor em minerais máficos (escuros a pretos) muito grande, o que confere, em geral, uma cor preta para as rochas desse grupo. A maior parte das rochas ultramáficas, ou ultramafitos, são também ultrabásicas pois contém menos de 45% de sílica. Todas tem índice de cor superiores a 70 (índice colorimétrico), e em todas é típica a escassez ou ausência de feldspato. As rochas ultramáficas efusivas e intrusivas de pequena profundidade não são abundantes. Algumas delas localizam-se perto das partes inferiores de derrames básicos, em conseqüência da acumulação, neste local, de olivina e piroxênio, que constituem essas rochas. Assim, em parte, processos gravitacionais são responsáveis pela formação de rocha com essa composição. Rochas ultramáficas são comuns no RS, como por exemplo no Complexo Pedras Pretas, município de São Sepé.

08. SIENITO

É uma rocha ígnea plutônica, composta essencialmente de feldspato potássico rosa (ortoclásio) e oligoclásio (leitoso), com pequenas quantidades de hornblenda, biotita e piroxênio (os três escuros). Assemelha-se, assim, a um granito, na aparência, mas difere dele porque contém menos de 5% de quartzo. São rochas faneríticas (com grãos grandes), em geral de textura granular. Dada à fraca proporção de minerais ferro-magnesianos (escuros) as cores predominantes são claras, sendo as mais comuns a branca, a rosada, a vermelha, a cinzenta e também a amarelada. Os sienitos apresentam variedades conforme a natureza do mineral máfico dominante. Por outro lado, dos tipos que apresentam feldspatóides, portanto com alguma sub-saturação em sílica, os mais comuns são os que contém nefelina e/ou sodalita. No RS, existe só uma ocorrência conhecida como sienito Piquiri, no município de Cachoeira do Sul. A principal utilidade dessa rocha é como material de ornamentação, sendo exportada em grandes blocos, cada uma com mais ou menos 20 toneladas de peso.

Rochas Sedimentares

09. ARGILITOS

São rochas sedimentares, de granulação finíssima, poucos mícrons e por isso untuosa ao tato. É uma das rochas sedimentares mais abundantes, o que lhe dá grande importância geológica; no entanto, por serem de granulação tão fina e tão difíceis de estudar, estão entre as menos compreendidas. Possuem de cor de cinza até preta, amarela, verde ou avermelhada. Os principais constituintes destas rochas são os minerais argilosos, que são silicatos hidratados de alumínio. A presença de argila, seja como impureza num sedimento qualquer (por exemplo num arenito ligeiramente argiloso), seja no estado puro, faz com que o sedimento produza o cheiro característico de moringa nova, quando umedecido com um simples bafejar bem próximo à amostra. Os argilitos são rochas argilosas muito firmemente endurecidas, desprovidas de clivagem ardosiana, e sua formação implica em alguma recristalização do material original. Estas rocha argilosas, quando apresentam a propriedade denominada fissilidade, de modo que podem se partir (esfoliar) segundo camadas finas e paralelas, levam o nome de folhelhos.

10.ARENITOS

É uma rocha sedimentar clástica, cujas partículas apresentam tamanho entre 0,2 e 2,0mm. Os grãos que formam os arenitos em geral são de quartzo, podendo, contudo, ser de qualquer mineral, uma vez que tenham as dimensões dos grãos de areia. Os arenitos que apresentam somente partículas tamanho areia são chamados limpos; há os que apresentam grão tamanho argila e silte misturados sendo denominados arenitos sujos. Os arenitos podem apresentar, além de grãos detríticos, material precipitado quimicamente entre os espaços vazios e que serve como ligante, chamado cimento. Em geral, o cimento é de sílica ou carbonatos. O principal critério utilizado na classificação dos arenitos é a proporção entre seus componentes detríticos. Por exemplo, os quartzo-arenitos apresentam uma quantidade de quartzo muito maior do que feldspatos, enquanto os grauvaques mostram-se muito mais enriquecidos em feldspatos e apresentam pequena quantidade de quartzo. Ao mesmo tempo, observa-se que os grauvaques são muito mais abundantes em material fino, do tipo silte e argila, apresentando, assim, um baixo grau de seleção, critério este que também pode ser utilizado nas classificações. No RS, existe uma enorme área coberta por rochas areníticas denominadas de Arenito Botucatu, originariamente um enorme deserto formado há mais de 200 milhões de anos. Os principais usos destas rochas são na construção civil (a tão conhecida pedra grês), na fabricação de vidro e como abrasivo.

11. CONGLOMERADO

Um conglomerado é uma rocha sedimentar formada pela consolidação de um depósito de cascalho. O cascalho (sedimento) transforma-se através da diagênese em conglomerado. Os fragmentos que formam a rocha tem, neste caso, mais de 2 mm de diâmetro. Na realidade já rochas com menos de 50% e até menos de 10% de cascalho são denominadas de conglomerado. Os conglomerados são depositados como depósitos subaquáticos em corpos dágua permanentes como resultado da ação das ondas em costas rochosas. Também podem ser formados em terra como resultado de intemperismo e transporte quando o relevo é suficientemente íngreme e o regime hidrológico é adequado, com chuvas abundantes. Os cascalhos, o produto mais grosseiro da erosão, são movidos menos dos seus locais de origem e depositados em áreas mais restritas que areia, argila e substâncias em solução. A sua classificação é feita de várias formas, tais como textura (congl. De seixos, etc..), composição dos fragmentos (congl. De chert, etc...) ou de cimento (congl. Ferruginoso, etc...). Normalmente são classificados de acordo com o ambiente que os gerou - conglomerado glacial, fluvial, etc.... O modo de formação também é determinante, com 4 tipos: epiclásticos (terrígenos, abrangendo a maioria dos conglomerados), cataclásticos (formados em eventos tectônicos), piroclásticos (formados em eventos vulcânicos) e meteóricos (formados pelo impacto de meteoritos).

12. CALCÁRIO

Calcário é uma rocha sedimentar, constituída predominantemente por calcita (CaCO3), podendo conter quantidades pequenas de outros minerais, tais como: aragonita, dolomita, argilo-minerais, etc. É uma rocha poligenética, visto que pode ter uma origem clástica, química e/ou orgânica. Comumente, os calcários clásticos são bioclásticos, com grande contribuição de material orgânico, pelo fato de serem originados pelo embate das ondas sobre recifes de corais, algas calcárias e diversos outros organismos de carapaça calcária. Os calcários são rochas de cor cinza, amarela e até preta geralmente compactas e de granulação microscópica na maioria dos casos. Podem, às vezes, mostrar cristais mais desenvolvidos, visíveis a olho nu. Os calcários são facilmente riscados pelo canivete. Comumente, apresentam impurezas de argila e areia. Efervesce com facilidade com HCl a frio. Em outros locais os calcários são muito abundantes, formando lindíssimas grutas. No Rio Grande do Sul não ocorrem calcários: o que chamamos de calcário na realidade são mármores, rochas metamórficas com a mesma composição química do calcário, mas dobradas e recristalizadas (os cristais de calcita são bem maiores). Como amostra de calcário estamos adicionando à coleção um pedaço de uma concreção calcária, de Cachoeira do Sul. Um teste para verificar a existência da calcita que forma a rocha é pingar algumas gotas de ácido clorídrico diluído : ocorre uma reação que libera CO2 - o calcário "ferve".

13. CARVÃO MINERAL

O carvão mineral é uma substância sólida, formada pela decomposição parcial de restos vegetais, com enriquecimento em carbono e litificada, isto é, endurecida por um processo lento, sendo necessários dezenas de milhões de anos para que se dê a sua formação.
Para iniciar a formação do carvão são necessárias várias condições conjugadas a saber:
a) desenvolvimento de uma vegetação continental que permita um acúmulo de substâncias vegetais;
b) condições de proteção contra a decomposição total, fato que ocorre quando houver cobertura imediata pela água;
c) após o acúmulo subaquoso deve ocorrer o sepultamento contínuo e prolongado por sedimentos. Como estas condições ocorrem atualmente, deve-se admitir que o mesmo aconteceu em pântanos e turfeiras do passado.
O carvào mineral não é uma substância definida, mas um material formado por componentes diversos. A matéria vegetal que constitui o carvão é a base dos troncos, caules, raízes, folhas, esporos, resinas, etc. Este material, quando colocado nas condições acima citadas, sofrerá alterações provocadas por desidratação, pressão, calor e ação microbiana que a conduz a um progressivo enriquecimento em carbono e empobrecimento em oxigênio. No Rio Grande do Sul, existem várias minas de carvão em atividade, como em Charqueadas, Butiá, Leão, na área do Rio Jacuí. Nossas reservas de carvão são de bilhões de toneladas. O carvão é um combustível sólido e pode ser utilizado como matéria-prima na indústria carboquímica.

Rochas metamórficas

14. ARDÓSIA

As ardósias são rochas de granulação extremamente fina e possuem uma propriedade notável, conhecida como clivagem ardosiana, que lhes permite o desdobramento em lâminas delgadas e largas. A cor das ardósias vai, comumente, de cinza a preta, mas pode ser verde, amarela, castanha e vermelha. Resultam, usualmente, do metamorfismo regional dinamotermal de folhelhos ( os folhelhos sofrem pressão muito grande e aumento da temperatura com pressões dirigidas) A clivagem ardosiana característica pode ser, ou não, paralela aos planos de estratificação dos folhelhos originais. Os principais minerais são o quartzo, clorita e sericita, mas devido à granulação muito fina, não são visíveis a olho nu. As ardósias vermelhas são ricas em hematita. Devido à boa divisibilidade apresentada por estas rochas, de modo a formar grandes placas, são usadas para lousas ou para telhados. A ardósia que acompanha a coleção foi coletada em Caçapava do Sul.

15. FILITOS

Rochas metamórficas xistosas de granulação fina. Apresentam cor prateada, cinzenta, esverdeada, até preta, e como minerais essenciais ocorrem o quartzo, a clorita e a sericita. Apresentam uma excelente clivagem, sendo que suas superfícies mostram um brilho sedoso devido às micas (sericita). Os filitos tem a mesma origem das ardósias, no entanto, seus grãos são maiores, como resultado de metamorfismo mais avançado. A rocha da coleção foi coletada em Caçapava do Sul.

16. XISTOS

São rochas metamórficas de granulação média a grosseira, cuja principal estrutura, a xistosidade, é caracterizada por um excelente paralelismo dos elementos lineares ou planares da sua fábrica. Os minerais individuais podem ser distinguidos macroscopicamente, normalmente com muito quartzo e mica. Os xistos são rochas formadas por metamorfismo regional dinamotermal e a estrutura que apresentam é típica deste tipo de metamorfismo. De acordo com os constituintes minerais e sua proporção, os xistos tomam várias denominações: mica-xisto, clorita-xisto, talco-xisto, tremolita-xisto, etc.

17. QUARTZITO

Rocha metamórfica constituída por mais de 80% de quartzo. A interpenetração dos grãos de quartzo confere à rocha uma grande tenacidade. É uma rocha dura e compacta, de fratura subconchoidal ou conchoidal e brilho semelhante ao do quartzo. Além do quartzo, muitos quartzitos contém proporções variáveis de outros minerais que, ou são detríticos (principalmente feldspato) ou são novos minerais formados pela transformação do cimento (argiloso, calcário, etc.) do arenito do qual se originaram; os minerais mais comuns, assim formados, são a muscovita e a biotita. Os quartzitos em geral são brancos, cinza claros, amarelos ou castanhos. Podem, porém, ter outras cores devido a grãos microscópicos de minerais acessórios e, assim, serem esverdeados devido a presença de epidoto, azulados devido à cianita, purpúreos devido a hematita e pretos divido ao grafite ou à magnetita. Distinguem-se facilmente dos arenitos porque, quando estes últimos se partem, a fratura dá-se pelo cimento, ficando os grãos do quartzo salientes, enquanto nos quartzitos a fratura corta toda a massa da rocha; de alguns calcários, cujo o aspecto é semelhante, distinguem-se por serem muito mais duros e por não darem efervescência com ácidos.

18. GNAISSE

Um grande número de rochas metamórficas são designadas por este termo. São rochas de granulação geralmente grosseira, com xistosidade descontínua ou mal definida. Nos gnaisses há uma predominância de quartzo e feldspatos entre os constituintes mineralógicos, sendo os minerais micáceos presentes em menor quantidade e arranjados em bandas, contínuas ou descontínuas. Os minerais que constituem estas rochas apresentam os bordos encadeados, dando à rocha uma grande coerência. Os gnaisses assemelham-se muito aos granitos, exceto pela textura e/ou estrutura que é denominada de gnáissica (alternância de níveis com composição mineralógica e/ou texturas diferentes). Possuem cor cinza, desde claro até quase preto, e também rosa. São originados em zonas muito profundas da crosta terrestre, e suas idades são, em geral, muito antigas. Os gnaisses provenientes do metamorfismo de rochas sedimentares são denominados paragnaisses, enquanto os provenientes de rochas ígneas são chamados ortognaisses. No Rio Grande do Sul, assim como no Brasil, estas rochas são muito comuns e constituem parte dos terrenos Pré-Cambrianos. São utilizados como material ornamental ou de revestimento.

19. MÁRMORE

Um mármore é um calcário metamorfizado. É uma rocha cristalina composta por calcita, ou mais raramente, dolomita. Os grãos microscópicos de calcita recristalizam formando cristais macroscópicos apresentando um aspecto sacaróide. A principal textura é granoblástica, onde os grãos são equidimensionais. Como o calcário, os mármores caracterizam-se pela sua dureza baixa e efervescência com HCl a frio, quando formado por calcita, e a quente, quando formado por dolomita. O mármore, geralmente, apresenta cor branca, mas pode apresentar ampla faixa de cores em conseqüência de vários outros minerais que pode conter, em pequenas quantidades. Estes minerais, originados à partir de impurezas contidas nos calcários originais são, principalmente, micas, clorita, grafite, serpentina, etc. A palavra mármore, comercialmente falando, é usada para indicar qualquer rocha constituída de carbonato de cálcio, suscetível de ser polida e, nestas condições, inclui alguns calcários. O principal uso dos mármores é como material ornamental, onde um dos exemplos mais conhecidos são as ocorrências de Carrara, na Itália. Também podem ser utilizados em esculturas e como material de construção.

20. SERPENTINITO

O serpentinito é composto essencialmente pelo mineral denominado serpentina, principalmente na forma de antigorita. Como componentes secundários ocorrem a olivina, magnetita e talco. São rochas compactas, derivadas à partir de peridotitos por metamorfismo regional. Apresentam cores que vão do verde claro ao verde escuro e, ao tato, apresentam uma sensação gordurosa. Constituem, às vezes, fonte de cromita e de platina, como ocorre no Montes Urais, ou de níquel, como na Nova Caledônia.
Fonte: www.museumin.ufrgs.br

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