Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A FORMAÇÃO DA LITOSFERA

A litosfera ou crosta terrestre é a porção externa rochosa da Terra e seu interior não é constituído de materiais solidificados.

A parte interna do globo terrestre é composta por diversas camadas, com diferentes materiais. Cada uma delas possui temperatura e densidade próprias, o que traz implicações sobre a dinâmica interna da Terra, como as erupções vulcânicas e os terremotos.

Com a profundidade, a temperatura e a densidade aumentam. A elevação da temperatura é percebida a partir dos 20 metros iniciais e seu aumento é contínuo a partir daí. Assim, para a exploração mineral a grandes profundidades, como, por exemplo, do carvão e do ouro, há necessidade de dois sistemas: um de refrigeração artificial e outro de ventilação, para que os trabalhadores realizem suas atividades. Na Mina de Morro Velho, em Minas Gerais, a uma profundidade de 2500 metros, teríamos uma temperatura por volta de 64ºC se não houvesse sistema de refrigeração. A densidade das camadas aumenta progressivamente para o interior, assim, a crosta desliza sobre a camada inferior, ou seja, não podemos considerar a litosfera como algo estático, sem influenciar e ser influenciada por outros elementos da esfera geográfica.
A idade da Terra é de aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Uma das teorias de sua origem, a mais aceita, afirma que o Sol e os planetas condensaram-se a partir de gás e poeira interestelar, que se transformaram lentamente nos principais astros do Sistema Solar.

Entretanto, durante muito tempo, aceitou-se uma outra teoria, segunda a qual os planetas, satélites e demais astros teriam se originado a partir do próprio Sol e, sua quase colisão com uma outra estrela teria "arrancado" matéria solar na forma de anéis, os quais condensaram-se, formando os planetas. Assim, compreendemos melhor o porquê de as camadas mais internas do planeta serem mais quentes que as mais externas e fica evidente que a litosfera resultou do resfriamento (de fora para dentro) e da consolidação dos materiais ígneos da Terra. A desintegração radioativa do urânio, do tório e de outros elementos nas profundezas da Terra libera energia térmica. Tal energia é 200 vezes menor que a energia solar absorvida pela superfície terrestre e pela atmosfera. Ela é consumida pelos processos do interior da Terra e para a manutenção das elevadas temperaturas do núcleo terrestre (2 000 a 5 000ºC).

A energia solar é a principal fonte dos processos naturais na superfície de nosso planeta e corresponde a 99,98% do balanço energético total, contra apenas 0,02% da energia proveniente do seu interior.

O resfriamento da Terra e a formação da crosta terrestre são processos bastante lentos e raramente podem ser percebidos pelo homem, pois trata-se de fenômenos que ocorrem há milhões ou bilhões de anos, como a formação de rochas e do próprio relevo.

A crosta terrestre possui uma espessura que varia de 5km sob o fundo dos oceanos (crosta oceânica - SIMA) a 70 km abaixo dos continentes (crosta continental ou ciática SIAL). Apesar de a crosta terrestre ser relativamente fina, foram necessários alguns bilhões de anos para que ela começasse a se consolidar. Na litosfera encontram-se recursos minerais, fontes de energia, águas de superfície e subterrâneas e os solos. A compreensão de determinadas partes da natureza, como os solos, as águas correntes, a estrutura e as formas do relevo, são importantes para o planejamento territorial, pois para o crescimento da cidade, a construção de uma hidrelétrica, a abertura de uma estrada e até mesmo para que a edificação de conjuntos residenciais ocorram de maneira favorável, é fundamental que se conheçam os tipos de rochas e a forma como ocorre a sua disposição no subsolo.

A Dinâmica da litosfera
A litosfera está em permanente transformação desde o início de sua formação, há bilhões de anos.

São duas fontes energéticas que conferem uma dinâmica à litosfera: uma de forças internas ou endógenas e outra, de forças externas ou exógenas.

Curiosamente essas forças são contrárias entre si. É como algo que é construído por um conjunto de forças passa a ser imediatamente destruído por outro. A partir do núcleo e do manto, são exercidas fortes pressões que ocasionam alterações na estrutura da litosfera. Assim, as forças do interior da Terra criam formas estruturais, como, por exemplo: uma montanha. Já as forças externas têm início na energia solar, que, ao penetrar na atmosfera, desencadeia processos, como os ventos, as chuvas e a neve; responsáveis pelo desagaste e por esculpir as formas estruturais do relevo.
O material constituinte do núcleo e do manto possui características físicas e químicas específicas. O movimento desse material é refletido na litosfera de forma dinâmica e envolve terremotos, vulcanismos , formação de montanhas, dobramentos, entre outros.

A teoria que melhor se aplica ao dinamismo da crosta terrestre é a teoria da tectônica de placas, segundo a qual a litosfera é concebida como sendo formada por uma série de blocos ou placas de diferentes dimensões.
As placas não são fixas e movimentam-se sobre o manto, principalmente no sentido horizontal.

A área de contato de uma placa com outra é marcada por uma forte atividade sísmica, pois a grande pressão que uma placa exerce sobre a outra é capaz de gerar uma enorme quantidade de energia, traduzida principalmente pelos terremotos.
Associada aos limites das placas, temos também a presença de cadeias montanhosas e fossas tectônicas, além de dorsais mesoceânicas.

A superfície terrestre está em permanente deriva. Com isso, os continentes deslocaram-se, ao mesmo tempo que o fundo de certos oceanos alarga- se (Atlântico) ou estreita- se (Pacífico).

As grandes formas de relevo
As grandes formas do relevo terrestre correspondem às chamadas plataformas ou crátons, às cadeias orogênicas e às bacias sedimentares. As plataformas ou crátons, conhecidas por escudos antigos, são terrenos estáveis, quase não apresentam tremores de terra e apresentam o aspecto de baixos planaltos ou depressões, dependendo da posição ocupada. Como exemplos: o escudo das Guianas, o Brasileiro, o Canadense, o Saariano, entre outros. Essas estruturas são muito antigas, com idades entre 900 milhões e 4,5 bilhões de anos. Portanto, bastante desgastadas pelos processos erosivos. As bacias sedimentares são formações mais recentes que os crátons, que se originaram nos últimos 600 milhões de anos pelo processo de deposição marinha, glacial ou continental.

O acúmulo de materiais sedimentares originou rochas sedimentares, que às vezes são superiores a 5 km. Uma das principais é a Amazônia. As cadeias orogênicas, também chamadas de cinturões orogênicos e de dobramentos modernos, são as formas mais elevadas do relevo terrestre, como os Andes, na América do Sul; Cáucaso e Himalaia, na Ásia, dentre outras. São ainda mais recentes que as bacias sedimentares, em torno de 100 milhões de anos. A maioria encontra-se situada nas bordas dos continentes, sobretudo no Pacífico, Índico e Mediterrâneo. Para que essas cadeias montanhosas se formassem, foram acompanhadas de vulcanismo, tremores de terra, falhamentos e intrusões. Em função da movimentação das placas tectônicas e dos ciclos erosivos, surgiram e desapareceram bacias sedimentares e cadeias montanhosas. No Brasil, há evidências de bacias sedimentares e de cadeias orogênicas antigas, com idade superior a 3,5 bilhões de anos.

Processos de formação do relevo
Dois são os processos envolvidos na formação do relevo: os endógenos ou internos e os exógenos ou externos. Em ambos, há forças de diferentes intensidade, capazes de gerar transformações muito bruscas e repentinas ou lentas e demoradas.
A força endógena é a energia interna da Terra e expressa-se através da tectônica de placas. Tais forças promovem o surgimento dos continentes pelo processo de epirogenia e geram o dobramento das bordas dos continentes pelo processo de orogenia. Uma vez que a energia desprendida tanto na epirogenia como na orogenia é brutal, acontecem simultaneamente outros fenômenos, como o vulcanismo, os falhamentos e os fraturamentos. A orogênese ocorre nas áreas de depósitos sedimentares, constituídos de materiais mais plásticos, que portanto podem ser "dobrados" e apresentar o aspecto de serras ligeiramente paralelas entre si. Os processos exógenos são responsáveis pela esculturação das formas do relevo, a partir da ação dos agentes atmosféricos, ou seja, dos ventos, da água em seus vários estados físicos e da temperatura.


Conforme o ambiente climático, um agente pode provocar mais desgaste que outros. No deserto, por exemplo, a temperatura e o vento predominam.

Já nas áreas quentes e úmidas dos trópicos é a ação química da água e do calor. Contudo, a ação física e a química dos diversos agentes se dão de forma simultânea.
À medida que a temperatura atmosférica se eleva, os minerais das rochas dilatam-se e, assim que sua temperatura cai, os minerais contraem-se. Nesse processo, a rocha vem a fraturar-se. Nas áreas frias, o gelo que se acumula nos poros e reentrâncias das rochas também ocasiona a sua fragmentação.

A meteorização química resulta da ação química da água sobre os minerais das rochas, alterando a forma e provocando o rebaixamento do relevo.
Quanto mais quente e úmido o clima, maior é a erosão química. Assim, nas áreas tropicais, por exemplo, as formas de relevo costumam apresentar os topos arredondados ou convexizados.

Ao mesmo tempo que se verifica a meteorização química e física das rochas, ocorre o transporte do material desgastado pela ação das águas pluviais e fluviais, do gelo e dos ventos. Ao serem transportados, os materiais esculpem o relevo e conferem novas paisagens ao ambiente, como o gelo e a neve, que, ao escoarem pelos vales dos altos relevos, depositam nas áreas mais baixas quantidades de areias, seixos e material mais fino, na forma de pequenos montes, que se avolumam ao lado de pequenos e grandes lagos. Portanto os processos erosivos estão ligados aos ambientes climáticos em que se desenvolvem e demonstram a forte interação existente entre as esferas inorgânicas: a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera.


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