Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Espécie: a unidade de classificação dos seres vivos

Voce já viu a palavra "espécie" diversas vezes, mas o que ela realmente significa?
Pense, por exemplo, no cavalo e na égua. Eles podem acasalar-se e dar origem a um descendente fértil, isto é, que também pode gerar seus próprios descendentes. Dizemos, por isso, que cavalos e éguas são animais que pertencem a uma mesma espécie.
Podemos, então, definir: espécie é um conjunto de organismos semehantes entre si, capazes de se cruzar e gerar descendentes férteis.
Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero. O gato-do-mato, encontrado em todas as florestas do Brasil, pertence a espécie Leopardus wiedii; a nossa jaguatirica, o maior entre os pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espécie Leopardus pardalis; e o gato-do-mato-pequeno, o menor dos pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espécie Leopardus tigrinus. Todos esse animais são de espécies diferentes, porque NÃO são capazes de cruzar-se entre si gerando descendentes férteis. Mas como estas espécies são mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras, elas formam um gênero chamado Leopardus.
Além do gênero existem outros graus de classificação
Espécie - Gênero - Família - Ordem - Classe - Filo - Reino
  • Gêneros semelhantes formam um grupo maior: a família.
  • As famílias formam a ordem.
  • As ordens formam a classe.
  • As classes forma o filo
  • Os filos, finalmente formam o reino.
Para entendermos melhor as categorias taxonômicas, vamos utilizar como exemplo o reino Animal tendo como referência o cão.
Do filo dos cordados fazem parte, entre outros, os animais que têm coluna vertebral, conhecidos como vertebrados (em oposição aos não cordados, chamados de invertebrados). Dentre os cordados temos, os anfíbios, os peixes, os répteis, as aves e os mamíferos.
O conjunto de filos de anomais cordados e não-cordados forma o reino dos animais - reino Animalia.
Reinos
É o grupo mais abrangente da classificação dos seres vivos. Grande parte dos pesquisadores aceitam, atualmente, cinco reinos:
Monera - Seres unicelulares (formados por uma única célula), procariontes (células sem núcleo organizado, o tipo mais simples de célula existente). São as bactérias e as algas cianofíceas ou cianobactérias (algas azuis), antes consideradas vegetais primitivos.
Protista - Seres unicelulares eucariontes (que possuem núcleo individualizado) Apresentam características de vegetal e animal. Representados por protozoários, como a ameba, o tripanossomo (causador do mal de Chagas) o plasmódio (agente da malária), a euglena.
Fungi - Seres eucariontes uni e pluricelulares. Já foram classificados como vegetais, mas sua membrana possui quitina, molécula típica dos insetos e que não se encontra entre as plantas. São heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), por não possuírem clorofila. Têm como representantes as leveduras, o mofo e os cogumelos.
Plantae ou Metafita - São os vegetais, desde as algas verdes até as plantas superiores. Caracterizam-se por ter as células revestidas por uma membrana de celulose e por serem autótrofas (sintetizam seu próprio alimento pela fotossíntese). Existem cerca de 400 mil espécies de vegetais classificados.
Animali ou Metazoa - São organismos multicelulares e heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), pois são aclorofilados. Englobam desde as esponjas marinhas até o ser humano.
Uma observação deve ser feita: os VÍRUS são seres que são classificados à parte, sendo considerados como seres sem reino. Isto acontece devido às características únicas que eles apresentam, como a ausência de organização celular, ausência de metabolismo próprio para obter energia, reproduz-se somente em organismo hospedeiro, entre outras. Mas eles possuem a faculdade de sofrer mutação, a fim de adaptar-se ao meio onde se encontram.
O nome dos seres vivos
Ao longo da história, os diversos povos criaram seus próprios nomes (códigos) para nomear o que viram a sua volta. Com todas as linguas existentes no mundo, um mesmo ser - um gato por exemplo - é identificado por diferentes nomes.
Katze (alemão) Cat (ingês)
Koshka (russo) Chat (frânces)
Neko (japonês) Gato (português)
Imagine esta situação: um cientista japonês escreve um artigo para divulgar uma descoberta referente ao neko. Como um cientista brasileiro, sem conhecimento da lingua japonesa, poderia entender que ser vivo o cientista japonês está se referindo?
Para evitar esse problema de comunicação, utiliza-se uma nomenclatura científica.
O nome científico do gato é Felis catus.
Escolheu-se uma lingua que fosse de conhecimento internacional e que não sofresse modificações - o latim, por ser uma língua morta (não é usada por nenhuma nação atualmente e, portanto, não está sujeita a mudanças) e porque, em muitos países, era estudada até nas escolas básicas, inclusive no Brasil.
Quando empregamos em textos, os nomes científicos das espécies vêm em destaque. Esse destaque, em geral, é feito usando letras em itálico, isto é, letras inclinadas ou sublinhado.
Como se escreve o nome científico dos seres vivos?
Foi apenas em 1735 que se chegou a um sistema de classificação universal para os seres vivos: o sistema binomial de nomenclatura, elaborado por Lineu. A espécie foi adotada como unidade básica de classificação.
No sistema binomial devem ser observadas algumas regras de nomenclatura:
  • O nome científico de uma espécie deve ser escrito em latim e deve estar destacado no texto (em Itálico ou sublinado) como já vimos.
  • É obrigatório o uso de duas palavras para designar o nome científico de uma espécie, daí a expressão sistema binomial de nomenclatura (a palavra binomial significa 'com dois nomes', 'com duas palavras'). A primeira delas deve ser escrita com letra inicial maiúscula; a segunda, com letra inicial minúscula
  • A primeira palavra, com inicial maiúscula, indica o gênero a que pertence a espécie. A expressaõ formada pela primeira palavra mais a segunda designa a espécie.
Veja os exemplos:
Equus caballus (cavalo)
Gênero: Equus
Espécie: Equus caballus
Note que o cavalo pertence ao gênero Equus e à espécie Equus caballus ( e não simplesmente à espécie caballus).
Nomenclatura popular
A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de classificação. Muitos seres são "batizados" pela população com nomes denominados populares ou vulgares, pela comunidade científica.
Esses nomespodem designar um conjunto muito amplo de organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados.
O mesmo nome popular pode ser atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:

ananas comosus


Ananas ananassoides
Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi.
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca.
Outros nomes populares:
canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu
Um outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aimpim, macaxeira ou mandioca.
Considerando os exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade de nomes de um memso ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que estudam os seres vivos.




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